Ramon Diego nasceu em Sousa-Pb e reside em Nossa Senhora da Glória -SE. É professor e poeta. Doutorando em Literatura Comparada, pesquisador das questões que envolvem literatura, espaço e memória cultural, pela UFRN. Membro do grupo de pesquisa Ponte Literária Hispano-brasileira, dentro da linha Literatura comparada: estudos hispano-brasileiros. Mestre em estudos literários pelo programa de pós-graduação em letras da Universidade Federal de Sergipe (2018). Graduado em letras português-francês pela Universidade Federal de Sergipe (2015). Possui experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira sob a metodologia da Literatura Comparada, estabelecendo relações com outras áreas das humanidades, em especial com a filosofia e a história. Pesquisador na área de literatura e memória e literatura e espacialidades.
VIA LÁCTEA
Há um gato no avesso da noite.
Me incorporo ao bigode
de estrelas
que compõe
o seu rastro insone.
Seu suspiro
é um pesar inquieto
como a cauda
de um cometa
em chamas.
Há um gato no avesso da noite.
Seu miado revela a malícia
dos que, há muito,
não dormem, nem comem,
sob a pedagogia do corpo.
Nos seus olhos
dois sóis se equilibram
farejam e se impacientam,
aos prazeres da sombra
no húmus.
Há um gato no avesso da noite.
Espelhado na luz que o incendeia,
a tigela em que ele reflete,
constitui a sua via láctea.
*****
é mais funda;
nasci ascendente
em desastre,
do verso que vibra
nos dentes,
lavados em bicarbonato.
no asfalto,
no voo
d’árvore mutilada.
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DOMINGO
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