Políbio Alves dos Santos nasceu em João Pessoa-Pb. Ficcionista e poeta, é formado em Ciências Administrativas. Tem trabalhos em antologias e periódicos, nacionais e em outros países como Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Cuba. É verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Peixoto e J. Galante de Sousa. Recebeu diversos prêmios literários, alguns internacionais. Recebeu a Medalha Poeta Augusto do Anjos, da Assembleia Legislativa da Paraíba - 2001 e a Comenda Cidade de João Pessoa, da. Câmara Municipal da capital paraibana - 2002. Foi editor da revista Presença Literária (de 1983 a 1985). Entre os seus livros publicados destacamos Varadouro, Os objetos indomáveis, O que resta dos mortos e Passagem Branca.
As palavras
são como areia
movediça
ao incrustar
a familiaridade
das coisas
e dos homens
nas reentrâncias
dos livros.
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Simulacro
O que ficou
do desfecho,
inscrito em espanto,
foi sangue pisado
na pele azul
de um azulejo.
Em princípio,
ainda continua
intacto — o pulso
aberto. E a lâmina
cega pela fúria
de um gesto, a mais,
no ralo de um banheiro.
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Exílio
Invisível. A dor pública.
O bandoleiro sussurro. Imerso
ante o sono da boca. Obsceno,
conclama todos os equívocos,
desembesta à fala, ao falo,
na dança compulsiva das palavras.
De sacro, rumoreja. De sacro,
aquela inconclusa ária
na qual se esparge a vida.
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Por exemplo, as vertentes
Um olho promíscuo se desmina
de tão comum habita astúcias
que se alumbram e se afinam.
Um olhar sempre abissal, profundo
de quem desassossegou minúcias
e não se intimida com o mundo.
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Coração de bandido
coração dolorido
muitas vezes perdido
se planta na ilusão.
coração de bandido,
sem abrigo,
se incendeia na paixão.
coração de fogo,
lobo,
não tem dono, não.
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