sexta-feira, 31 de março de 2023

Luciana Queiroz

 Luciana Queiroz nasceu em Campina Grande-Pb. É mestra em Letras, poeta e professora de Literatura. Começou na escrita literária depois de adulta e publicou o livro "Nua sob escamas".



VOLTA
Largas de vaidades já sei tudo de tua vida: que tens outras e que não queres ser de ninguém. Teu trânsito de corpo em corpo não me atrapalha a alma. Quero você, seus significados, sua conotação escancarada em minha língua. *****
PEDRA


Sou pedra E de rocha é feita toda a minha alma de mulher. Reclino-me no chão do sertão quente E lá fico Parada À mercê de chuva e vento Porque deles se faz minha erosão voluntária. Me desgasto, me esfarelo E cada partícula de areia que sai de mim Compõe o mundo inteiro Sofro, me dilacero Mas sei que só assim faço parte de tudo isso. A cada chuva, A cada ventania, A cada casal que pinta de branco seus nomes de amor em mim, Me faz mais pedra Me faz mais rocha, Pois sei que a cada erosão Me lapido mais É de natureza minha alma polida E cada vez que mais redonda fico Mais me faço eu, Mais me faço mulher, redonda e minha
***** CORPO Corpo despedaçado onde correm veias abertas de angústia e medo Corpo dilacerado de estigmas alvo de injúrias e ultrajes Corpo meu que não guardo nem escondo, nem flagelo Corpo que a noite teima
***** FLOR Se nunca te disse ouso dizer-te agora: tanto faz a flor de mandacaru quando o nome da rosa ***** BORDATO Com uma única bala na agulha bordei minhas lágrimas com encanto. A bala era de açúcar e, de sal, meu pranto.

George Ardiles

 George Ardilles é baiano de Bom Jesus da Lapa. Passou a infância em Aracaju-SE e fincou morada em João Pessoa ainda na pré-adolescência. Foi nesta capital que começou a ter contato com a literatura, particularmente a poesia, e começou a escrever seus primeiros versos. É formado em Ciências Sociais pela UFPB e atualmente reside em Patos, sertão da Paraíba. Publicou poemas em Antologias da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, participou como um dos selecionados do V Prêmio Literário Canon de Poesias 2012 e da II Coletânea Poesia de Quarta promovida pelo IFPB. É autor de Poemas de Meio-fio, livro de estreia publicado em 2009 e Externo lançado em 2021.






TRAGÉDIA MODERNA


Reproduzir o vento  que passou
tal qual, forma e conteúdo,
seria o mesmo que deixar em silêncio...

Não ouvir os ecos.

Imaginar num grito a solidão,
Derramar lágrimas sabendo,
em vão.

Colocar na boca o soluço
e o ranger da raiva.




*****




CATARSE


tem noites que tardo
mas amanheço

suavizo os dias
em tudo que trago

levo na alma
tudo que foi amargo

solto na fumaça
tudo  que desconheço





*****



sombra que disfarça
todos seus encantos

me ilumina
justo
pelos 
cantos




*****




PASSAGEIRO


assim és
passageiro

além
és companhia

ontem fui
solidão

no tastro do asfalto
quebrou o silêncio

aquilo que era vão




*****



NOSTALGIA


Chora flauta da alegria.
Sacia a fome da saudade.
Sorria com as casas dançando,
abraçando as amizades.
Se pequena sua poesia-sorriso...
Momento de felicidade.


daVi gaLon

Mélchior  Sezefredo  Machado, paulista de Campinas-SP, domiciliado em João Pessoa-PB, formado em Jornalismo e Direito, e também pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública. Participou do livro "A nova literatura brasileira - 1983", editado pela Shogun Arte e Editora e é autor dos livros "Alcoologia da Libertação", editado pela Sonda Editora, em 1985,  Frente e Verso, publicado pela Editora Raízes em 2013,  Escombros, publicado em 2015, e 60 Sonetos e 30 motes Soneteados, publicado em 2019,  ambos com o selo da Gráfica do Jornal o Desafio, todos  de poesias. Tem participação em vários outros livros de antologia poética e possui muitas centenas de poemas veiculados em várias páginas da internet. Escreve sob o pseudônimo de daVi  gaLon.






OBSCURIDADE


Eu quero viver na obscuridade,
Como as pedras do fundo
Do rio mais profundo...
Eu quero viver na obscuridade,
Sem claridade, sem gravidade,
Como um asteróide infecundo...
Eu quero viver na obscuridade,
No vazio imenso de que me inundo...
Eu quero viver na obscuridade,
Pra não sentir jamais
O peso do mundo!




*****




MINHA JANELA


Na minha sala de estar
Estive o tempo inteiro...
Cumpri, assim, o roteiro
Da vida que eu quis levar.
Não vi o rio nem o mar
Pra não saber que há partida;
Passei assim pela vida
Fitando a minha janela...
E tudo escapou por ela,
Só eu não tive saída!!!



*****



ALQUIMIA

Vou à frente pelos campos
Separando os espinhos...
Sei que à noite pirilampos
Iluminam meus caminhos.
Seguirei plantando flores
Pra que as veja no futuro
Quando em caminhada fores
Em busca do que procuro.
Colha algumas no caminho
Entre tantas que plantei
Antes já do finalzinho
De estares onde eu cheguei.
Não te esqueças de viver
Todo dia com vontade,
Pois um dia vais saber
Que isso foi felicidade.
Um pouco antes do fim,
Acharás o que procura,
Ponha as flores para mim
Sobre a nossa sepultura!



*****



SINAIS DO MEU TEMPO


Na juventude eu sonhava,
Hoje nem durmo direito...
Se antes me inoxidava
No sonho, hoje me deito
Coa impressão de ser frágil.
Vivo no mar assustado
Com iminente naufrágio...
O meu sonho do passado
Hoje virou pesadelo;
Nada de bom me auguro:
Miro o horizonte sem vê-lo,
Já não existe futuro!



*****



EGÓLOTRA

Convencido da minha perfeição,
Eu não pude enxergar os erros meus,
E vivi cegamente a ilusão
De que acima de mim apenas Deus!

Vi nos homens centenas de defeitos,
Mas jamais vislumbrei em mim enganos;
Excluí-me do rol dos imperfeitos,
Me sentindo melhor do que os humanos.

Fui aos poucos, assim, me isolando
E tomei ojeriza à multidão;
Não podia me ver confabulando

Com a plebe tão tosca dos banais:
Iludido da minha condição,
Me tornei o mais tolo dos mortais!



*****



CONSTRUTOR DE VERSOS


Minha alma povoada de poemas
Assobia à minha mente os seus versos,
E eles chegam feito pedras, diademas,
E os transformo nos castelos mais diversos.

Sustentados nas paredes das estrofes,
Se amarram pelas rimas nos seus cantos,
Projetados nas ideias que são cofres,
Tomam formas e então mostram seus encantos.

Já concretos e na sua arquitetura,
Buscam olhos ao abrir suas janelas
E se entregam totalmente à leitura.

Pronta a obra, mais um ciclo se completa,
E o poema, preso dentro dessas celas,
Deixa livre novamente o seu poeta!



*****



AMOR NO PONTO CERTO


Se eu te amasse bem mais do que te amo,
Com carinho maior, maior ternura,
Seria por certo um amor insano,
Quem sabe somente apenas loucura.

Se eu te amasse afoito e desesperado,
Talvez sentisse no peito aflição...
Mas te amo em paz, assim, sossegado,
E ao teu lado escuto o meu coração.


Se eu te amasse enciumado, inseguro,
Com o peito em constante agonia,
Viveria um amor desconfiado,

Abortado em si mesmo de poesia...
Mas te amo um amor no ponto certo
E por isso de paz vivo coberto.



*****



TRILHA


Vá com calma, consciência,
Como a hora engole os segundos...
Viver exige ciência,
Paciência de vagabundos.

Tudo muda, não se importe
Coa pedra que há no caminho;
Não se iluda, seja forte:
A rosa mora no espinho.

Abra a boca num sorriso,
Se for blasfêmia, não diga...
Talvez não seja preciso,
Apenas siga, prossiga.

O céu continua aberto,
E o sol imponente brilha...
Se só o caminho é deserto,
Que tal mudar sua trilha?....

Peryllo Doliveira

  

Severino Peryllo Doliveira (1898-1930) nasceu em Cacimba de Dentro-Pb (na época distrito de Araruna-Pb). Foi poeta, ator e jornalista. Um dos pousos poetas paraibanos da sua geração a ter destaque nacional. Como ator, trabalhou em diversas companhias, viajando o país inteiro. Publicava seus poemas na revista Nova Era. Publicou “Canções que a vida me ensinou”, “Caminho cheio de Sol” e outros livros. Trabalhou na Secretaria Geral do Governo na gestão de João Suassuna. Morreu de tuberculose sem ter concluído o que seria seu próximo livro.



ESCUDO


Perante olhos estranhos não desnudes
a tua alma - se tns uma alma honesta -
nem pagues com submissas atitudes
os loiros que o teu mérito requesta.

Aos que te exalçam gestos e virtudes
louvando a tua vida assaz modesta,
ri, apenas, fazendo que tu te iludes
e ocultando-lhes tudo que te resta.

Se a Glória te coroar a fronte insigne,
deixa que a turba em frêmitos, se digne
de te aclamar porém nunca te esqueças

que, se o Ideal por que triunfas for previsto,
esse enorme dragçao de mil cabeças
Pode fazer de ti um novo Cristo...




*****




QUEIXA


A árvore disse:
- Sofro, sofro até nos meus galhos mais altos.
Atiram-me pedradas, pedradas.
E tiram do meu tronco o sangue verde de minha seiva.
E pensar que soiu boa...

E pensar que dou sombra...
mesmo sentindo a dor dos meus galhos quebrados
sob uma chuva de pedras brutas...

E eu lhe perguntei:
- Árvore, por que tiveste a divina vaidade
de dar sombra de de dar frutos?...




*****




PROGRESSO

Cidade velha do interior.
Somente duas vezes por semana
passa pela rua principal
um automóvel barulhento
arrepiando a quietude habitual
dos dias sertanejos cheios de sol.

E apressadas sorridentes
alisando com as mãos os cabelos despenteados
aparecem nas janelas silenciosas
duas ou três mocinhas curiosas
que querem ver quem vai dentro do Ford.




*****




POLÍTICA


Lá vem o novo sol! Tudo desperta
sob o esplendor republicano,
sob o sorriso democrático do dia.
Que entusiasmo! que alegria!
Em cada fronde há uma banda musical
organizada pelos pássaros em festa.
Um papagaio, da cumieira de um telhado,
com ares de tribuno idealista,
faz um longo discurso decorado.
Cada coqueiro tem no alto
um feixe de bandeiras verdes desfraldadas.
E as árvores perfilam-se
como soldados silenciosos
em longas alas disciplinadas.
E os galos bradam num grande grito aclamatório:
- Viva o dia que nasce! Viva! Vivôooo-ôooo!
Sobre todas as coisas paira
uma imensa esperança comovida...
Um asno tenta em vão por em destaque
os seus beos talentos oratórios...
Em vão, porque todos o aplaudem sem ouvi-lo.
E a grande festa continua.
Entretanto, mais tarde,
quando o sol já cansado
se abismar no ostracismo do poente,
todos os grilos e batráquios,
à luz incerta do crepúsculo,
sairão das bibocas e dos charcos
para vaiá-lo impiedosamente...




*****






DONA TRISTEZA


tristeza, minha amiga, eu não me iludo
sentindo-te de pé, bem junto à mim,
num silêncio de paz e de veludo...

Há muito tempo que eu te vejo assim,
pálida, austera e, com teu lábio mudo,
pondo em meu lábio um ósculo sem fim.

E no teu seio acolho-me, Tristeza,
enquanto o mundo tumultua em festa

porque és na minha vida de incerteza
s única ventura que me resta.

Deborah Dornellas

Deborah Dornellas nasceu no Rio de Janeiro, morou muito tempo em Brasília e atualmente reside na Paraíba. É escritora, tradutora e artista plástica. Fez mestrado em História Cultural (UnB) e é pós-graduada em Formação de Escritores (ISE Ver Cruz). Entre seus livros publicados destacamos Triz (poemas) e o romance Por cima do mar. Venceu o Prêmio Literário Casa de las Américas em 2019 na categoria “Literatura Brasileira”.

 


 

CAMINHO

 

estão me faltando pedaços
é o efeito do tempo
frágeis alegrias já não se (me) sustentam
coisas úteis, se fugazes
desprendem-se e caem do fio das certezas
piso nelas e me machuco
mas meus pés criam casca

 



*****

 



MEMBROS



minhas mãos são mais escuras

do que a carne entre as minhas pernas

e ásperas, vincadas 

na ponta dos dedos há unhas ressecadas

e a pele se enruga em cada falange

formando círculos concêntricos


minhas mãos geladas às vezes ardem 

às vezes se mostram às vezes são 

às vezes me cabem às vezes não


já se acostumaram ao fogo e

ao contato com a água:

não se queimam nem se dissolvem

movem-se


fazem carinho comida sexo lavam a louça a pia a roupa o corpo


minhas pernas só me levam aonde minhas mãos sonham

 


*****

 


AMPULHETA 



afio os sentidos nas ausências

amolo as unhas numa pedra

lavo o rosto com as mãos em concha 

enxugo respiro e olho no espelho

: não sou eu

com essa pele marcada


há pouco entendi que não governo o tempo

apenas adivinho as horas

(olho para o antes

vejo o através e o adiante)


aprendi

: calo quando quero ouvir

falo quando quero dizer

deixo a areia cair

 



***** 





SALTO

 

daqui a dois passos
posso despencar num abismo
e nunca chegar ao fundo
ou
tropeçar e cair no chão árido
das margens do buraco
e me salvar da queda livre
ou
construir uma ponte pênsil
e atravessar a garganta
onde lá embaixo
ruge o rio turvo
ou
desenhar um trampolim
pronto para o mergulho
e saltar de olhos fechados
ou
tecer uma teia no vazio
e me enredar nela
para capturar insetos
e comê-los inteiros
mortos ou vivos
se estiver com fome
ou
chegar a um espelho d’água
onde enxergue minha imagem refletida
e ela me diga: teu nome é narciso
ou
acorrentar meus tornozelos
a uma pedra imensa
com destreza formidável
então
bater muitas vezes as asas que não tenho
para alçar voo sobre o vale
de onde veria que tudo se move
ou
perceber simplesmente
que o espaço
é o cumprimento
do tempo

 


*****

 


LONGE

 

ausência é assombro
corte na casca do tempo
presença do avesso 
copo vazio 
corpo endereço 
ausência é cisterna seca
pântano movediço 
cais sem trapiche 
labirinto sem fio
fio sem prumo 
noite sem dia 
fruta sem sumo

ausência é teu ombro
longe da minha cabeça




*****

 


TEMPO

 

1

na casa antiga: moscas larvas vermes mofo
um véu delgado sobre as coisas
frutas secas doces
muito mais doces porque secas
sementes que não germinam 
e apodrecem novas
dias que guardam noites de insônia e febres
galos remotos e sinos repicando as horas


2

acorda levanta anda olha urina lava escova come veste sai entra volta senta assiste come dorme acorda boceja levanta anda despe defeca limpa lava enxuga veste come anda anda xinga volta come sonha chora dorme acorda lembra esquece 

envelhece

 

3

nasceu entre fluidos
vive entre flechas
morrerá entre flores





Fote: Ruído Manifesto e Miradas

quinta-feira, 30 de março de 2023

Chico Pedrosa

 Francisco Pedrosa Galvão (Chico Pedrosa) nasceu em Guarabira-Pb, no dia Nacional da Poesia. Começou a escrever Cordel aos 18 anos. É poeta popular e declamador> Publicou Pilão de Pedra (I e II), Raízes da Terra< Raízes do Chão Caboclo – Retalhos da minha vida, diversos cordéis escritos e ançou três CDs.

 

 


 

A BRIGA NA PROCISSÃO

 

Quando Palmeira das Antas

Pertencia ao capitão

Justino Bento da Cruz

Nunca faltou diversão.

Vaquejada, cantoria,

Procissão e romaria

Sexta-feira da Paixão.

 

Na Quinta-feira Maior

Dona Maria das Dores

No salão paroquial

Reunia os moradores

Depois duma Preleção

Ao lado do capitão

Escalava a seleção

De atrizes e atores.

 

0 Papel de cada um

O Capitão escolhia,

A roupa e a maquiagem

Eram com dona Maria,

O resto era discutido

Aprovado e resolvido

Na sala da sacristia.

 

Todo ano era um Jesus

Um Caifás e um Pilatos,

Só não mudavam a cruz

O verdugo e os maltratos.

 

O Cristo daquele ano

Foi o Quincas Beija-flor,

Caifás foi o Cipriano

Pilatos foi Nicanor.

 

Duas cordas paralelas

Separavam a multidão

Pra que pudesse entre elas

Caminhar a procissão.

 

Cristo conduzindo a cruz

Foi não foi advertia

O centurião perverso

Que com força lhe batia

Era pra bater maneiro

Mas ele não entendia.

Devido um grande pifão

Que bebeu naquele dia

Do vinho que o capelão

Guardava na sacristia.

 

Cristo dizia: "Oh! Rapaz...

Vê se bate divagar

Já tô todo incalombado

Assim não vou aguentar,

Tá cá gota pá doer

Ou tu para de bater

Ou a gente vai brigar.

 

Jogo já essa cruz fora

Tô ficando revoltado

Vou morrer antes da hora

De ficar cruxificado."

 

O pior é que o malvado

Fingia que não ouvia

Além de bater com força

Ainda se divertia

Espiava pra Jesus

Fazia pouco e dizia:

 

"Qui Cristo frouxo é você

Qui chora na procissão?

Jesus, pelo qui se sabe

Num era mole assim não.

 

Eu to batendo com pena,

Tu vai vê o qui é bom

Na subida da ladeira

Da venda de Finelon

O couro vai ser dobrado,

Até chegar no mercado

A cuíca muda o tom."

 

Naquele momento ouviu-se

Um grito na multidão,

Era Quincas que com raiva

Sacudiu a cruz no chão

E partiu feito um maluco

Pra cima de Bastião.

 

Se travaram no tabefe

Ponta-pé e cabeçada

Madalena levou queda,

Pilatos levou pancada,

Deram um bofete em Caifás

Que até hoje não faz

Nem sente gosto de nada.

 

Desmancharam a procissão,

O cacete foi pesado

São Tomé levou um tranco

Que ficou desacordado

Acertaram um cocorote

Na careca de Timote

Que até hoje é aluado.

 

Até mesmo São José

Que não é de confusão

Na ânsia de defender

Seu filho de criação

Aproveitou a garapa

Pra dar um monte de tapa

Na cara do bom ladrão.

 

A briga só terminou

Quando o doutor delegado

Interveio e separou

Cada santo pró seu lado

Desde que o mundo se fez

Foi esta a primeira vez

Que Cristo foi pró xadrez

Mas não foi crucificado.

 

 

Envie poemas, minibio e foto para o e-mail lausiqueira@yahoo.com

Adriano Cabral

 Adriano Cabral de Sousa nasceu em Santo André-SP e reside em João Pessoa-Pb. Cursou Letras na UFPB e integra o Coletivo de Teatro Alfenim d...