sexta-feira, 3 de março de 2023

Raniery Abrantes

O poeta Raniery Dantas de Abrantes é natural da cidade de Sousa, Sertão da Paraíba. Filho do comerciante João Gonçalves de Abrantes e da poetisa Cremeilda Dantas de Abrantes (falecidos). Professor da Rede Pública Estadual da Paraíba, graduado em História pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB e Especialista em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas de Patos – FIP. É membro da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) e da União Brasileira de Escritores (UBE), Seccional Paraíba. Autor de diversos Cordéis e do livro de poemas, ‘Jardim de amores’, (Ideia, 2015).



REVIREI VELHAS GAVETAS

 

Por veredas caminhei,
Com a Lua conversando,
E o meu poema pulsando,
No coração aninhei.
Cada verso alinhavei,
Recontei minhas histórias,
As missivas ilusórias,
Enviei por estafetas,
Revirei velhas gavetas,
Pra rever minhas memórias.

 

II

 

PIPA

 

Como uma pipa no ar,
O meu coração é livre,
Batendo no peito vive,
Com amor a propagar.
Não se deve olvidar,
Um amor tão grande assim,
Regado em doce jardim,
É amor pra vida inteira,
E por mais que não se queira,
Tem começo, não tem fim.

 

 III

 

RUA DAS TRINCHEIRAS

 

Eu desço pelas escadas,
Me desvio dos perigos;
Passo por tristes jazigos,
Descanso nas balaustradas.
Nas Trincheiras, as moradas,
São memórias nos anais,
Nos becos vejo sinais,
De fantasmas natimortos,
Sigo por caminhos tortos,
Por ladeiras vicinais.

 

  IV

 

TENHO ASAS DE POETA

 

Eu conheço a liberdade,
Digo sem medo de errar;
É nadar em calmo mar,
É sentir a imensidade.
Um azul em majestade,
Destacando-se um ilhéu,
Pescadores num batel,
E o cenário se completa,
Tenho asas de poeta,
Sou passarinho no céu!

 

 V

 

SAUDADE

 

Poetas versejam ela,
Doce tema recorrente,
Tá no coração da gente,
Protegida em cidadela.
Não tem como escapar dela,
Já tentei, e não tem jeito,
É posseira no meu leito,
É poesia que medita:
Saudade é coisa que habita,
Silente dentro do peito.

 

 VI

 

PALAVRAS

 

Palavras são Oceanos,
Devaneios e procelas,
E eu me perco dentro delas,
Nos meus sonhos mais insanos.
Meus sentimentos humanos,
São descritos sutilmente,
Transcritos literalmente,
Por palavras confiscadas,
E ressignificadas,
Etimologicamente.

 

  VII

 

A PALAVRA

 

Representa o sentimento,
Do poeta e do escritor;
Burilada com amor,
Faz viver o pensamento.
Fortalece o argumento,
No jardim é companhia,
Desabrocha com alegria,
No luar da madrugada,
A palavra é flor regada,
No chão fértil da poesia.

 

 VIII

 

NO PORTO DA SOLIDÃO

 

Mil pensamentos me envolvem:
Envelheci no caminho...
Achei-me num pergaminho,
Recordações me absorvem.
Poemas em mim se movem
Por labirintos em vão;
E se canto esta canção,
É pra dizer a verdade:
Ancorei minha saudade,
No porto da solidão.

 

 

 
 


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Francc Neto

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