Valberto Cardoso nasceu em Areia-Pb. É poeta e contista. Foi premiado em antologias através do Concurso Nacional de Poesia Cassiano Nunes, pela UnB. Autor de livros como A invenção do dia e Assinatura. Reside atualmente em João Pessoa e seus textos estão disponíveis em alguns portais e blogs de literatura. Contato: bethocardoso@gmail.com
Mãos finas
A sala sem angústias
O sofá com falhas
O quarto como pedido
O tempo da entrega
Falta história pra
Aparição
Quando o amor quis passar,
Ela escovou o púbis.
Remediados
Girassóis brotaram da (quase) morte!
Pedido
Lílian gosta da segunda-feira
da fono
da físio
e do feijão preto
Movência
a um corpo que abandono
não há tempo pro descanso
ao abandono do salto
minha terra é ao teu lado.
Diário
O homem da vassoura acorda o bairro inteiro
Quer limpar a cidade a todo custo
Ele faz mais coisas que o prefeito
O poema se faz no sábado
O
poema se faz no sábado
Entre
picados e loiras
Ao
fim da feira
No
momento em que se varre a rua
Do sábado
E segue o diário
Na tentativa de criar
Alguma
palavra embriagada.
Atestado
Se fingir
enlouquecer
Pede p’ra
ficar comigo
A gente
constrói um hospício
E chega bem
pertinho do paraíso
Tem coragem?
Eu tenho
Se não der
certo
A gente
incendeia o resto
Mas se
enlouquecer de verdade
Dizer frases
amareladas
Como
eu te amo
se eu
tivesse lutado
Eu compro o
atestado.
Ato
Um corte
ríspido, vermelho
No largo do
teu olho
Vaza a
lágrima
que se
consagra
a morte:
rio
verídico
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