Talden Farias é poeta paraibano, graduado em Direito pela UEPB, mestre em Ciências Jurídicas pela UFPB, doutor em Recursos Naturais pela UFCG e doutor em Direito pela UERJ (com distinção e louvor), tendo feito estágio de doutoramento sanduíche pela Universidade de Paris 1/Pantheón-Sorbonne (bolsa CAPES-COFECUB). Advogado e professor de Direito Ambiental da UFPE. Publicou o livro de poemas “Cemitério de Deuses”
o louco
não foi
dra. Nise
quem disse
que de gênio
e pouco
todo mundo
tem
um louco?
***
dra. Nise
a arte
cura
amar-te
cura
(não é à toa
que a palavra loucura
também abriga
a
cura)
***
sintaxe
amar
e separar-se
dois verbos
a mesma sintaxe
***
rimbaud
nunca quis
escrever poema
algum
apenas pedi
socorro
- ou redijo
ou morro.
***
o que não
tem nome
quando ouço
e vejo
o mar
de algum modo
alcanço
o verbo amar
***
índio
por trás
daquela mulher
belíssima
que dança e brilha
no salão
com o seu colar de diamantes
há sempre a sombra
de um índio
que já não pode dançar mais
***
floresta I
(para dom e bruno)
levaram os
homens
que defendiam
os índios
que estavam
na floresta
depois
levaram os índios
que estavam
na floresta
e depois
levaram a floresta
(...)
mas o que
sobrará depois?
***
floresta II
(para dom e bruno)
levaram os
homens
que defendiam
os índios
que estavam
na floresta
depois
levaram os índios
que defendiam
a floresta
e depois
levaram a floresta
que defendia os homens
que levaram os homens
que defendiam
os índios
que estavam
na floresta
* fonte: Correio das Artes
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