Eulajose Dias de Araújo (1932/1988) nasceu e viveu em João Pessoa-Pnb. Foi poeta e barbeiro de profissão. Publicou os livros “Arma poética”, “Dilúvio de palavras” e “Maresia dos poemas.
SONETO
SETENTA E OITO
Um pássaro
e sua sombra
num vértice
de silêncio.
Na grandeza
de um vértice
apenas um pássaro
ou duas sombras:
(Real-irreal)
que se unem
longe o dia.
Por isso
q noite tem
forma univênita.
*****
RETRATO
TRÊS
De encontro
a mim
vem
me retrato.
Rubro sangue
de infância
sinto derramar.
Uma pedra
esbarra
no caminho.
Entre mim
pedra infância
chove distância.
*****
CANTIGA
GUARDA-CHUVA GUARDA-SOL
Um guarda-chuva aberto,
um mundo dentro da chuva,
um guarda-chuva fechado,
um nada dentro da chuva
pois estou todo molhado.
Um guarda-sol aberto,
um mundo dentro do sol,
um guarda-sol fechado,
Um nada dentro sol
pois estou todo queimado.
*****
BOI
DE GRAVURA
Um boi corre
sem campina,
nem pasto,
nem campo.
Que boi é esse
que corre
sem campina,
nem pasto,
nem campo?
É um boi de gravura
feliz na estrutura
de desenho e boi
*****
“PALAVRASBOLAS”:
As
palavras não são
bolas de futebol,
mas eu jogo com
as palavras como
se bolas elas fossem….
Futebolescas as palavras
se tornam bolas
para todos os acertos
de concordância ou sintaxe,
gramática jogando
com matemática quase.
Gol de pensamento
são as palavras no tempo,
ou no tempo de tempo,
ou no tempo de tempo,
são as palavras:
palavras bolas para boladas
jogando palavreadas
Nenhum comentário:
Postar um comentário