BRISA
Fui gota
Tempestade de vento.
Baldeei para longe os navios.
Não há água para naufrágio.
Virei mar que só brisa.
*****
ESTAÇÃO
Tudo está parado
e dentro de mim
os trilhos escondem-se do trem
as estações fogem da espera.
*****
EXORCISMO
Ainda tento o exorcismo.
A sombra da sua passagem ficou.
Leve rastro de marcas profundas.
Ainda tento o exorcismo.
Ouço ruídos no andar de cima.
Não quero padre,
mandiga ou ritual
Candomblé ou purificação.
Quero o próprio demônio
Da sua dor habitando esta casa.
*****
SOBREVIVÊNCIA
Esgoto todo sufoco
Cada suspiro tem mais ar
Que a tempestade.
*****
MEMÓRIAS ARTESANAIS
Não pertenço ao tempo.
Meu rastro são sinais de memórias.
O vento toca leve as pontas dos dedos
leva algo sem saudade
sem aviso de volta.
Artesanatos de beijos sem gosto
tecem novas cenas,
mas eu
não pertenço ao tempo.
Minhas memórias são artesanais.
Alimento o infindável.
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