segunda-feira, 20 de março de 2023

JUSTINO JUSTINO JUSTINO

 Justino Justino Justino é o pseudônimo de Luciano Barbosa Justino, natural de São Paulo, mas radicado em Campina Grande-Pb desde a primeira infância. É poeta, ensaísta, e professor Doutro em Lieteratura. É docente da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. Autor do livro 480 poemas pretos + 3 e de publicações na área acadêmica.








o sendo efêmero

           posso deter-me        e ficar?

                                               habitar o abscesso do obsedante instante? 

                                                            gozar no sendo transe transitório?

                                             

o sendo efêmero

                              lançar sacros amanhãs no instável ínfimo infinito?

o mar que suga o corpo do afogado

 

o sendo efêmero

                                       ouvir falar os mortos no turbilhão dos vivos e exumá-los?

                                                   viver os vivos morrerem

  e despertá-los?

                                                               sim sem gagá nostalgia, Aragon?

 

o sendo efêmero

                            saudar fenecer o ciclo da verdade vertigem do falso?

 

O sendo efêmero

                             entretantos


 

 

 

 

00

0                                            0

0

o

fim da

puizia é a

prosa

a prosa é a prova

do fim

o mar que suga o afogado e o solta na praia assim assim assim

 

o tempo num cessa, Diadorim

o zim da puizia é uma

ova

que                        0

“lança ao nariz dos deuses fitas de fumaça”       0      00

                     0

                             0 


 

 

Natal

 

...

eis o tempo

pro

desmoronamento

...

a hora propícia

de

celebrar

o abalo

 

...

fender o delírio

do

Phalo

...

 

 

inquietar                        é verão

o hábito

da assimilação

...

inventar os ventos

da

abolição

...

 

n


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

? que te faz branco

 o que ouve o vento?

? que te faz branc

tem faro o inseticida?

? que te faz bran

 a música, cólicas?

? que te faz bra

vês dos répteis as invisíveis asas?

 ? que te faz br

sente frio a pele das pedras?

? que te faz b

 disseca a clínica o sopro da célula?

? que te faz

da presa, mastiga o predador o fugir?


nos que aspirem

nos que

p  e   r   c   a   m

 vinguem

                convidem

                 

 

 

nos

                           que

                              mult

                           i

pliquem

 

trans

        borde m

       

 

nos

        que trans

                    cendam

          

 

             que

               

in

                

fin

                        

it

                          


 

 

 

 

 

 

 

 

1.

a metafísica mandíbula do jaguar mira as patas da substância branca do branco

sagaz... voraz..., capt       captura

salto na selva do sul - -      

 

1.1

o servo ~

susta

a ordinária disciplina, a tirania das gramáticas do trabalho

toca o fulgor da fala fora da língua; a polpa do impalpável

lambe, com os tatos do olfato,

todos os sábios sabores da vadiagem

 

1.2

nervo da noite,

a luz numinosa da lâmpada despoja-se

ávida dos ovários da obscuridade, fagulha a profundeza da treva fértil

 

1.3

a letra,

livre da ereção dos significados e dos sujeitos de substância,

cala c’a boca cheia de errâncias rastros arres rrr

NÃOS

à “baba babel” da puizia e o pus de suas poéticas.


 

 

 

 

 

vogue

 

 

 

 

barba feita com esmero

fios grisalhos nos cabelos, extraí-los ou pintá-los de preto

rugas, poli-las

usar sim, se for o caso, e por quê não?, “areias finas”

lentes nos dentes

untar o corpo, parecer brilhante e hidratado

suar, secar

 

escravos,

assim,

são preparados

pra venda no Cais do Valongo

as correntes e algemas deixam marcas visíveis


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

pretas putas 

“evas negras não redimidas por maria”

- malta matilha -

espreitam lares espreitam lares  espreitam lares

como abutres

como lustres

a alumiar a alumiar a alumiar

o sangue e o saque

que escorrem na noite tropical

à noite


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quando esse carnaval passar

        o caudal das margens inundará a cidade com suas hélices de peixes

 um tempo sem tempo a irrigar a cinza deste ordinário futuro

 

 quando esse carnaval passar

      o demoroso, fluir de cavalos de aço e árvores jaguares, repactuará as alianças

 insistente outrora deslizando seus agoras sobre estes dias postiços

 

 quando esse carnaval passar

as asas de nossas raízes alastrarão seu bafo certeiro in-cessante in-preciso

in-tangível

eia eis

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

pros

que quedam ávidos ao clamar das águas salgadas

e se espraiam asas ao azar

praqueles que casam lá e asam azar é materno

 

 



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