Justino Justino Justino é o pseudônimo de Luciano Barbosa Justino, natural de São Paulo, mas radicado em Campina Grande-Pb desde a primeira infância. É poeta, ensaísta, e professor Doutro em Lieteratura. É docente da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. Autor do livro 480 poemas pretos + 3 e de publicações na área acadêmica.
o sendo efêmero
posso deter-me e ficar?
habitar o abscesso do obsedante instante?
gozar
no sendo transe transitório?
o sendo efêmero
lançar sacros
amanhãs no instável ínfimo infinito?
o mar que suga o corpo do
afogado
o sendo efêmero
ouvir
falar os mortos no turbilhão dos vivos e exumá-los?
viver os vivos morrerem
e despertá-los?
sim sem gagá
nostalgia, Aragon?
o sendo efêmero
saudar fenecer o ciclo
da verdade vertigem do falso?
O sendo efêmero
entretantos
00
0
0
0
o
fim da
puizia é a
prosa
a prosa é a prova
do fim
o mar que suga o afogado e o solta na praia assim
assim assim
o tempo num cessa, Diadorim
o zim da puizia é uma
ova
que 0
“lança ao nariz dos deuses
fitas de fumaça” 0 00
0
0
Natal
...
eis o tempo
pro
desmoronamento
...
a hora propícia
de
celebrar
o abalo
...
fender o delírio
do
Phalo
...
inquietar é verão
o hábito
da assimilação
...
inventar os ventos
da
abolição
...
n
? que te faz branco
o que ouve
o vento?
? que te faz branc
tem faro o inseticida?
? que te faz bran
a música,
cólicas?
? que te faz bra
vês dos répteis as invisíveis asas?
? que te faz br
sente frio a pele das pedras?
? que te faz b
disseca a
clínica o sopro da célula?
? que te faz
da presa, mastiga o predador o fugir?
nos que aspirem
nos que
p e
r c a m
vinguem
convidem
nos
que
mult
i
pliquem
trans
borde m
nos
que trans
cendam
que
in
fin
it
1.
a
metafísica mandíbula do jaguar mira as patas da substância branca do branco
sagaz...
voraz..., capt captura
salto
na selva do sul - -
1.1
o
servo ~
susta
a
ordinária disciplina, a tirania das gramáticas do trabalho
toca
o fulgor da fala fora da língua; a polpa do impalpável
lambe,
com os tatos do olfato,
todos
os sábios sabores da vadiagem
1.2
nervo
da noite,
a
luz numinosa da lâmpada despoja-se
ávida
dos ovários da obscuridade, fagulha a profundeza da treva fértil
1.3
a
letra,
livre
da ereção dos significados e dos sujeitos de substância,
cala
c’a boca cheia de errâncias rastros arres rrr
NÃOS
à
“baba babel” da puizia e o pus de suas poéticas.
vogue
barba feita com esmero
fios grisalhos nos
cabelos, extraí-los ou pintá-los de preto
rugas, poli-las
usar sim, se for o caso, e
por quê não?, “areias finas”
lentes nos dentes
untar o corpo, parecer
brilhante e hidratado
suar, secar
escravos,
assim,
são preparados
pra venda no Cais do
Valongo
as correntes e algemas
deixam marcas visíveis
pretas putas
“evas negras não redimidas
por maria”
- malta matilha -
espreitam lares espreitam
lares espreitam lares
como abutres
como lustres
a alumiar a alumiar a
alumiar
o sangue e o saque
que escorrem na noite
tropical
à noite
quando esse carnaval
passar
o caudal das margens inundará a cidade
com suas hélices de peixes
um tempo
sem tempo a irrigar a cinza deste ordinário futuro
quando esse carnaval passar
o demoroso, fluir de cavalos de aço e
árvores jaguares, repactuará as alianças
insistente
outrora deslizando seus agoras sobre estes dias postiços
quando esse
carnaval passar
as asas de
nossas raízes alastrarão seu bafo certeiro in-cessante in-preciso
in-tangível
eia eis
pros
que
quedam ávidos ao clamar das águas salgadas
e
se espraiam asas ao azar
praqueles que casam lá e
asam azar é materno
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