Luana Pordeus nasceu em João Pessoa(Pb) onde ainda vive. É advogada, pós-graduada em Direito Civil e Direito Processual Civil. O encanto da poesia começou com a música e estendeu-se pela literatura de um modo geral> Seus primeiros poemas são publicados nas redes sociais. Integra a antologia Horizonte mirado na lupa – cem poemas contemporâneos da Paraíba.
FUGI
para o Monte
sem espada
sem samurais
arrastei cerejeiras
orientei-me.
*****
INFINITO
Tão generoso
que teve o cuidado de existir
sem ponto final
*****
Senti um suave puxão
Mais outro
Aliviei o peso
E então parei
Lança incessante
Arremete nossos rostos
Aquece e acelera
Volta a girar
Braços largados
Dois enluvados
Pendurados de novo
Arrasados de cansaço
Não havia saída
Daquela lenta dança
Travei-o na cintura
E agonizamos de paixão
*****
Toca
Um pequeno sino
Timo
No meio do corpo fechado
Pau a pique
Moradia dedicada
Doces, flores, óleo
À frente do ícone divino
Celeste energia
Oferta de si mesmo
Elo entre o sopro e a deidade
Oferenda protegida: Alma.
*****
Estações
vem o sol
vem o frio
folhas caem
um botão
e eu
a mesma correspondência:
te abraçar com a carne
molhada.
*****
Lodo
inútil vaso de flor
suficientemente limpo
vazio.
*****
Mensageiros
Chegando
por mil
nervos aferentes
Passando
DA PELE
DO OLHO
DO
OUVIDO
DA LÍNGUA
PARA O CÉREBRO
Um caos esperando sentido.
*****
Capítulo de sexta...
Desceu a Rua de Matacavalos
sendo transportado
pelo grau louco do amor
A mente desesperada,
mente
delírios de um narrador
Sem um amigo
sem um ouvido
maltratado em romance
Entrou num bar
viu o diabrete sorrindo
com a graça dum defunto
Enfim, a suma
das sumas: não era água benta,
não tinha o dom e
estava de ressaca.
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