José
Antônio Assunção nasceu em Vila Melão (RN), passou a infância em Cuité-Pb,
residiu em Campina Grande-Pb e
atualmente mora em João Pessoa-Pb. É bacharel em Matemática, com especialização
em Lógica. Nos anos 70 participou ativamente do cenário cultural de Campina
Grande, integrando o grupo teatral Cacilda Becker e a revista Garatuja. É
poeta, autor dos livros O Câncer no Pêssego, A trapaça da rosa e A casa do ser.
Aposentou-se como produtor cultural nos quadros da UFPB.
DAMA DAS CILADAS
Sofrido o sinistro
Vem o caos, a tribulação.
Passada a borrasca
Segue a nave, Alepo Ciclâmen.
Ninguém está a salvo Da palma da desgraça Do laço das ciladas.
Ninguém, nobre ou plebeu, Escapa ao fascínio Da incansável Dama Das Camélias, e seus crisântemos de aluguel.
Assim falava um profeta No deserto das palavras No casulo das imagens. ***** DE MUNCH, MONET E BOXE
Depois de tantas jornadas Quedo feito folha de outono À grama que perdeu o viço Ao barro que me corteja o baço. Mas decididamente Não recolherei meu facho O pódium bem ali a esperar meu lábaro A tocha de Prometeu a verberar meu nome Um tanto de gaze a garantir-me o braço. Assim, hei de cumprir meu fado Uma guitarra gitana a ferir-me a palma O grito de Munch a entranhar-me a alma Um quadro de Monet a fechar-me a pálpebra. Um verso último a roçar-me o lábio. (Não te falei que sou todo Sísifo?)
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