Renálide de Carvalho nasceu em Jacaraú-Pb. É Professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal do Piauí, Campus são Raimundo Nonato e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas. Atua, escreve, movimenta-se na luta e na arte, escreve porque é escrava do verbo e a escrita lhe traz cura, liberta-a da mediocridade e a faz esperançar. Em sua poesia cabe a política, o amor, a natureza e os sentimentos do mundo.
Poema Do MAr
Do mar- mais ou menos-
Sabe-se o espaço.
Onde quebra a onda na praia
E volta ao mar.
Onde a maré enche
E torna a secar.
Do amar - no entanto-
O espaço é mistério.
A qualquer instante
Pode haver revertério.
Qualquer gota d'água
Pode romper o liame
E - de dentro-
irromper um Tsunami.
Do mar
Quase tudo é bonito
Do amar
Há de haver infinito.
*****
Seja breve
E bem leve
o nosso encontro.
E que depois dele
não haja mais que um ponto.
*****
Meu coração
Tem labirintos
A perder de vista
E tem olhos que só piscam
Quando os seus avista.
*****
Porque poesia vicia
mais que craque
mais que morfina
vicia mais que
cocaína
quando bate n'alma
e faz um disparate
quando quase a
carne vem se tornar arte.
a poesia abate.
*****
Palmares de Novo
Contra as mentiras
contadas pelos nossos opressores
trazemos a verdade da nossa ancestralidade.
Agora, não mais
açoitarão nossos corpos e memórias.
Se tentarem, não sairão impunes!
Outras vozes velozes
virão veementes
jorrar as águas da nossa vitória,
da nossa alegria,
do nosso amor ,
a nossa arte,
ciência,
cultura e religião.
E nossos reis e rainhas renascerão
numa Palmares
repleta de liberdade.
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