Eudes Raony é arquiteto e urbanista, poeta e professor do Instituto Federal de Educaão Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB. Tem o hábito de escrever poemas nos percursos de suas viagens. Reside em Cabedelo.
Me embriago
Com o gosto amargo
Da abstinência
Dos teus olhos calmos
E logo depois
Me lanço na estrada
Imprudência armada
Infração dos dois
*****
DOR ESTA
Carne em brasa
Mais, mordida
Infesta de vida
A memória funesta
Desta ferida estancada
Morte é ausência
Da dor que resta.
*****
TALVEZ
Entre teu sim e teu não
Há uma infinidade de mentiras
Unidas pela missão comum:
Apunhalar o risco
Da dor
De sentir
Amor.
*****
TRÉGUA
Não sai de mim um poema,
Nem sai de ti um gemido;
Há embate mais sentido
Que aquele não travado?
*****
TERRENO
Sou pés descalços
E mãos vazias
Pisando no Barro que sou
Tocando no pó que serei.
Não quero asas,
Essa falsa liberdade.
–
PRECIPITAÇÃO
Choveu
No dia em que a paixão
Foi lançada em oferenda
Ao mar
Na tarde em que a esperança
Se quebrou em meio às ondas
Do mar
Na noite em que o mar
Se encheu de oferendas
A esperança, em meio às ondas
Choveu.
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