terça-feira, 11 de abril de 2023

Pedro Diego Fidelis

Pedro Diego Fidelis é paraibano de João Pessoa-Pb. Ator e poeta. Estudou Línguas Modernas na Universidade de Coimbra. É co-fundador do grupo Anarkitetura, proposta independente de publicação de antologias em Portugal, entre outras atividades. Publicou o livro Pele de lobo.



Química pretensa, tão
rara mesmo quando a carne é dura.

veja, o aço é nascido da alta temperatura forjado para resistir é em potência ferramenta, mas assim, tão pragmático

esfria e fica só

dentro da veia no escuro que ferve nos canais da sob vida jorra em meu nervo asmático

as enzimas intoxicantes.

Meus olhos viçantes, ardendo a questão Ha quânticos dias não te vejo?

 

 

 

*****

 

 

 

Alto,

além da ponta do obelisco, que desejo letal.

Drakainas,

são de fato dragões, eu mefítico mortal.

 

 

 

*****

 

 

Um céu cinza,

pinta de roxo suas nuvens.

Lá fora, fim de tarde vento rasteiro

rodopiando m folhas secas

dentro do automóvel atmosfera sufocante. no vidro gotejante, os teus dedos

 

são labirintos sem saída músculos irrigados

contraem os medos, as mentiras

-É pecado?

-Não faz mal, parece fechada está vazia! quanto mais perdidos no desejo,

menos atentos aos olhares indiscretos.

juntos encontram a pequena morte que inicia toda a vida. suspiros ofegantes, ruídos cúmplices entre dentes

parece a súplica dos hereges, aguardando a marca dos banidos. abraçados em nosso anátema, um estrondo acusador dos sinos.

 


*****

 

 

Mesmo quando macia, a membrana, permanece inquebrável.

Movendo-se na harmonia dos líquidos, as arestas dissonantes não ferem

o seu cetim.

 

enclausurados e herméticos.

Resta-nos a mímica

e a sorte das pequenas mortes pela manhã.

 

 

(...)

 

 

Invasão

 

 

Odeio como invades o poema, jorrando mel das tuas presas, assim mistura às minhas letras, o sabor das tuas bélicas tetas

 

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