Silvânia Braz é poeta e cordelista. Nasceu e vive em Poço José de Moura-Pb.
NOCAUTE
Tem
Mãos
Sedentas
De
Punhos
Certeiros
Que
Acorda
Dias
Que
Eu
Já
Sou
Nocauteada
Na
Dor
Um soco
Certeiro
Me deixa
A
Mercê
De meus
Ais
Dores
Atrozes
Da
Vida
Vivida
Cumprida
Destinos
As sos...
O dia
Acordou
E
Eu
Estou
Sonolenta
Grogue
De
Distâncias
Sentidas
Saudades
Da
Noite
Passada
Passou
Mais
A
Dor
Me deixou
Inerte
E
Ávida
De
Sentimentos
Negados
E
Vou
Ao
Meu
Encontro
Destruindo
Afio
O
Que
Por um
Acaso
Me
Nocauteou
E
Fincou
Com
As
Mãos
O
Soco
Certeiro
Que
Me
Derrubou
Não
Senti
Mais
Dor
Meu
Ávido
Sonho
Pássaro
Rodopiou
E
Voou
E
Minha
Dor
Cessou.
*****
*****
INTERVALOS
Eramos !!
...A maior parte
Das conversas
Eu me sentia interessante...
Mais eramos intervalos
Nunca havia
Um consenso
Tempo
Eramos silêncios
Tensos...
Intensos
Entre
Uma
Frase e outra
Numa
Perfeita
Simetria
Harmonia ( ou não!!)
Sim
Somos esta perfeição
Meu peito
Arde e
Em sons abafados
Alado...
Mesmo
Assim entre
Eu e o querer
Nosso
Amor
Entre versos
E entre uma frase e outra
Até nosso
Silêncio
Era poesia...
*****
Fugidia...
São tão raros os momentos
Completos
Intensos e feliz..
São tão passageiros os começos
Recomeços e se vão..
Saem livres
As vezes presos
Algemas do destino!!!
Em desalinho soltos
Ao vento relento
Rebento sedento de
Nós...
Desabalada, ou sinistra
Calma !!( Veloz sai...)
E aí !!! São sedentos aís
Tristes ,relentos de noites
Ou dias nublados a desaguar
Dos olhos vagueiam a ávida voraz da busca de um ser vazio
Vazio a me torturar...
Volto ao abrigo regaço antigo
Na busca da minha lucidez
Saio ao encontro de tantos
E quantos...(eu perdido
Na vida que eu quero..
Espero dar.
E assim me vejo
Ou sei lá talvez seja...
A minha busca incansável
Daquilo que um dia fui
Nada sou mais que uma leve e
Neutra neblina
Envolta a um Eu que silenciosamente
Já se desprendeu de mim
Eu
Eu sou
Esta miragem em forma de corpo
Envolto em um Sopro
Fugindo pra longe
Daquilo que não posso mais ser...
*****
Nordestinando
O linguajar Nordestino
E lindo de se falar
Aqui pode ser agora
Mais adiante é acolá
Só sei que o meu Nordeste
É a mió terra que há ...
Nossos costumes é assim
Ninguém tem vergonha não
Arroz com carne de chaque
Cozida dentro do feijão
Toicim torrado e cequinho
Com pão de milho moído
Pra misturar cum feijão
Assim que o galo canta
É hora de levantar
Acender o fogo de lenha
Que tá lá dentro quintá
Pra môde fazer o café
Pro povo poder tomar
Depois sai pro roçado
Se ter hora de vorta
Me lembro cuma era bom me levantar pra oiá
Na cozinha aquele chero
Pra longe se espaiá
Do café preto e forte
Torrado ,que mãe costumava torrar
Com rapa de rapadura depois de feito adoçar.
O café era servido ,com bolo ou com pão-de-ló num bule o café quentinho e os sequí de
Filó
E o leite vindo da roça da nossa vaca mocó, sei que era uma delicia ,, não tinha tempo mió
O almoço no Sertão era uma grande fartura tinha de tudo na mesa era de mais a fartura
Feijão arroz e Guiné
Eita tempos de iguarias
E nós enchia o bucho
De tudo que mãe fazia.
A tarde era saudosa,
Pois o sol ia se pondo
As sombras de dona noite
Logo vinham se achegando
E já se ouvia o piá dos passos se agazaiando
E mãe já de prontidão
As nossas redes armandos
A lamparina é o isqueiro
Ela ali ia deixando.
O entardecer no Sertão
É bonito de se ver
A leve brisa Soprando
As nuvens a se esconder
Por traz destas nuvens belas
Um sol lindo vai morrer
Mais faz um belo espetáculo
Que ninguém se cansa de ver...
É tão lindo o pôr do sol
E as cores que ele traz ,do laranja incandescente
Azul verde e lilás
Depois vai arrocheando
Ém seus momentos finais...
Assim chega o fim do dia
Aqui no nosso Sertão
Tanto é lindo o entardecer
E o amanhecer vichi é de chamar atenção é um espetáculo Divino que Deus só Deu ao
Sertão
E
Já se aproximando a hora
De agradecer pelo dia
Mãe com o terço na mão
Resava a sua Ave-Maria
Meu pai chegando da roça
Agradece pelo dia se senta la
No terreiro
E faz sua romaria
Eleva a Deus uma prece
Saudando a virgem Maria.
Espera esfriar o corpo
Banhado pelo suor
Do trabalho árduo do dia
Cansado que só ele so
Mais feliz e agradecido
Vai dar a benção a vovó
Pra depôs tomar seu banho
Jantar o que tem mió
Arroz doce, ou qualhada
Ou caldo de mocotó
Mais o bravo sertanejo
Não dispensa um pão-de -lo
As noites do meu Sertão
Eu nunca vou esquecer
Lá não tinha energia ,mais Jesus vinha trazer
Uma luz que clareada
E deva gosto de ver.
A luz da lua era linda prateando o meu Sertão, e o meu pai contando histórias era a nossa
diversão .E o outro passa-tempo era debulhar feijão.
O meu Nordeste tem tudo
Tudo que cê possa imaginar
Tem um sol que alumia
E o canto do sabiá
Tem o velho sertanejo
Que nem nunca
Estudou
Mais tem a bondade
Nos oios do homem
Trabalhador.
*****
*****
Cordelizando o Nordeste
PURIFICAR
Eu quero me desprender de
Mim...
De
Tudo que me diminue
Eu quero sair de mim e descobri que eu posso ser tudo que ainda não fui...
Eu quero viver
Como se tivesse chegado agora ...
No mundo de cá...
Me banhar nas águas
Me purificar !!
Começar do zero...
De mãos limpas
Sem nada ...
Ser paciente
Mais não conivente!!
Ser tudo menos uma
Lunática que acredita num hemisfério imaginário
Cria de uma lapsa imaginação...
( fértil!!)
Eu sou tudo que minha alma deseja...
Assim eu serei o Elo que me une entre o mundo e o tudo ...
Eu sou a minha superação...
Sou noite
Sou manhã
Feito dia ...
No sonho real
Da imaginação...
Eu quero me banhar nas águas
Que ondeia.
Mergulhar profundo
Em veloz correnteza
Emergir das águas
E me purificar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário