Astier Basílio nasceu em Vitória de
Santo Antão(PE), cresceu em Campina Grande, morou em João Pessoa e atualmente
reside na Russia, onde faz doutoramento em Literatura Russa. É Jornalista,
poeta, dramaturgo, ensaísta e violeiro. Publicou diversos livros de poesia e
ficção.
Esquecer
Esquecer é
retirar as facas
e colocá-las no lugar
correto.
Maçã do amor
Viver em província
é circular
na quadrilha
nada além
do cio de cães
da mesma
matilha
farejando os cus
uns dos
outros
anos 00
Arquivo a ser salvo
o futuro.
vazio em zoom
tabuleiro arcaico à mostra
caixa de ecos nada por baixo
solo de cristal em vácuo
entre o asfalto e o escuro
sempre salto:
concerto para o erro
'stamos
um pouco acima do zero
Soneto da fraude do tempo que tecias
Como os fios da falta... o mar é tanto
Quando rasgo o azul envolto em dias
Diluídos nas vagas mais vadias
Quando o sal do silêncio ensaia o pranto
Na memória do cais... No amianto
Das manhãs os meus raios tu cosias
E um sarau de sereias tão baldias
Recuava-me o mar num quase canto
incrustado no círculo onde me deixas
feito à raiva das rugas fugidias
Na miopia das águas... o teu rosto
Condenava o meu sul às mãos de seixas
Sob a fraude dos tempos que tecias
Para a composição de um sol deposto
O piano
notas
que só pertences
de teu corpo
em círculos, em mergulhos,
num azul de que nenhum mar
ultrapassa tuas nunca
palavras.
Tocas de libido,
manuscritos de uma
música
quando
a falta em riste,
como um fuga de Bach
ou como um címbalo
que retine.
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