Amador Ribeiro Neto nasceu em Caconde-SP e reside em João Pessoa. É professor titular aposentado da UFPB, crítico de literatura e música popular. Participou da antologia. Na virada do século – poesia de invenção no Brasil. Publicou os livros Barrocidade e Poemail, entre outros.
augusto de campos
então é assim
é
ah
é
depois de falar tudo
de contar tudo
de relembrar tudo
pós-tudo
sobre
o teclado da internet
mudo
chico césar
corpos da noite
in rave cidade indantiga
(o) ga(s)to (o) rapa
carnes ó ovação
lança-confete
páginas do diáriorgia
festejos
a poesiafogaréudelíngua(s)
fogos
corpos
em casa brasa na boa de um fogão
mallarmé
nas
bibliotecas
estão todas as histórias D
IT 0
nada de nada
IN FINIT 0
frederico barbosa
sem sono sem pedra sem poemallarmécampos
sem-sal
sem-céu
átimo sentido
nem
sem-sol
sem-sus
tenido haber
oswaldoído
sem-norte-cactusiano
nem que
zanzeiras enxaquecáguas
coleirizando amarelos
qual cabra
afiadas facas
sem-sei-o
sem-cio-de-si
carneviais
arrecifecem-se
qual
os quês-quereres
arribação
sampa paraíba samparaibano da gema
como
um ítalo-sertanejo que do bexiga desceu em
lagoa tapada atrás duns versos açuns dispersos grande
movimentos adonirançando malocas saudades
ah aquele cruzamento da canção
pode
pomba
cães são sempre cães vadios
mães são sempre mulheres santas de
nossos pais
espírito santo
quase sempre é pomba
sempre funciona pomba
gira
nogueira na missa do galo
será
tem de ser assim
um fazendo não
outro fazendo sim
será
outro fazendo não
um fazendo sim será
o Benedito
conceição
urbanidade
metrópole judaica bom retiro
bicho carne suína de pé do quarto crescente imundo
vida ordinária estendida no curtume
são nova paulo Iorque de cada internet
que vou te contar ô meu
falta água e falta
falta água e falta
água tens e não tens
os surfista de são miguel paulista quebram ondas
nos tetos dos trens
caconde
caconde não rima com onde
não rima com bonde ao rima com conde
não rima com esconde não rima com porra nenhuma
caconde é lá
atrás muito além daquela serra que ainda azula no horizonte
lá
Judas perdeu onde
prefeito não instalou bonde
nunca viveu um conde
só saudade
per
turba
alceu valença
recife de repente baixou
madrugada
cavalinhos de flechas
bandeira bandeira bandeiras
um modo treno
um terno concreto
um
um a um
todos
voz
performáticos palavras & tambores & silêncios
máscaras animais
arnaldo antunes
páscoa periquito siamês cachorro banho tosado pêlo xuxado
tudo chocolate-pagode-axé
mesa posta
família em volta
tá na hora
da foto
& eu & eu & eu & eu & eu & eu & eu
mutantes
ah como era sampa aquele som de garagem na Pompéia
baby
david byrne
as mãos da cigana tocam dedos no teclado da internet
um saco de soja na esquina
gatinhos
leblonzeados
no primeiro de janeiro
mininos na tevê
em apa epa ipa opa upa
neguinho
da porteira
da música brasileira
azaro geral mermâoxinho olha o sinal
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