José Edmilson Pereira Rodrigues nasceu em Capina Grande-Pb onde ainda vive. Poeta, ensaísta e memorialista. É advogado e mestre em Literatura e Interculturalidade pela UEPB. Membro da Academia de Letras de Campina Grande - ALCG e sócio efetivo do IHCG - Instituto Histórico de Campina Grande-Pb. Foi um dos editores da revista literária Ranhura, manteve coluna no jornal Diário da Borborema e escreve para o portal Paraíba On Line. Os poemas abaixo foram extraídos do livro "A solidão dos olhos e as vertigens do tempo". Também é autor do livro "A poética do ridículo". Seus poemas estão publicados na antologia Engenho Arretado - poesia paraibana do século 21, organizada por Amador Ribeiro Neto e publicada pela Editora Patuá.
LOUCO
Sem noção,
caminha lerdo,
tocado num passo
só dele.
Sorri quase
Sem sentir,
mas um sorriso
alheio
de quem se perdeu
na vida.
*****
PERCALÇOS
Há nuvens e nuvens.
Deslocamentos e encontros,
lembranças chegando,
saudades coladas
Ficou uma angústia,
O peito não fora preenchido.
*****
SILHUETA
Sua foto tem uma cor em tom pastel
Mas não é exatamente o retrato,
Nem é pintura,
Porém, é você que tem essa estação
E que repassa resquício de um tempo antigo
De um rosto ancestral
De uns olhos remotos
E de uma boca de sempre,
Atemporal.
*****
TARDES
Todas as tardes
olhando para o mar
e sobre a areia
as marcas
das tuas nádegas
reveladas
e a vontade do beijo
todas as tardes.
*****
CARTOGRAFIA
Em tempo sereno,
ondas imperfeitas
norteiam mapas
indescritíveis mar afora,
carta náufica da paixão.
Não foi imposta,
involuntária será.
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